A compatibilidade do LibreOffice com o Microsoft Office
Por mais que se tente, a tão sonhada compatibilidade em 100% entre as suítes de Office LibreOffice e Microsoft Office é quase impossível devido a uma série de fatores, como:
- Fontes específicas que só "funcionam" no ambiente Windows;
- Estrutura de arquivos usada entre as diversas suítes de office;
- Configuração de ambiente;
- Fontes ausentes nos dois sistemas.
Isso não só acontece entre as suítes de Linux e Windows mas também entre as versões usadas no próprio Windows. Até mesmo arquivos criados em uma versão mais antiga ou mais nova no Word, por exemplo, pode não abrir adequadamente. É comum o documento criado no Word 2016 abrir todo bagunçado (ou nem abrir) no Word 2010, por exemplo. E o mesmo pode ocorrer com o LibreOffice do Windows para Windows e do Linux para o Linux.
A causa mais comum dessa "bagunça" no layout do documento é a falta de fontes instalada no sistema. Quando um documento é criado em um sistema, se o mesmo for aberto em outro e a fonte não estiver instalada a própria suíte "escolhe" a mais próxima que estiver no sistema mas isso ainda pode não ser suficiente já que letras diferentes em design (altura, largura, espaçamento) podem fazer com que:
- Quebram páginas;
- Linhas podem ser adicionadas ou removidas;
- Tabelas podem ficar mais largas, maiores e deslocadas;
- Imagens podem ser deslocadas para fora de sua posição original.
Note que o que foi escrito acima pode ocorrer mesmo que a fonte esteja instalada já que Windows e Linux (e o LibreOffice e o Microsoft Office) usam diferentes métodos de renderização de fontes e estruturação de documentos. Para fontes o Windows usa True Type e o Linux usa Free Type e só isso já pode fazer a renderização das fontes terem uma grande diferença. Ter a mesma fonte não garante 100% de visualização idêntica, mesmo entre as suítes Windows<=>Windows e Linux<=>Linux.
As fontes que não estão no sistema são então substituídas por uma que "julga-se" serem mais próximas à utilizada. Dá pra ver isso mais ou menos com o comando:
fc-match nome da fonte
Por exemplo, para saber qual a fonte "mais parecida" para a, digamos, Calibri, o comando (e a saída de texto) seria:
fc-match calibri
NotoSans-Regular.ttf: "Noto Sans" "Regular"
No nosso exemplo acima, a fonte substituta caso não esteja no sistema é a Noto Sans Regular. E mesmo que "desse match" (fonte instalada) devido ao que já foi explicado o resultado do documento pode ou não ser satisfatório; mas ter a fonte já é uma boa maneira de manter as coisas no lugar.
Podemos fazer a instalação de fontes de duas formas:
Instalar o pacote ttf-fonts do Linux
Há fontes do Windows que já são empacotadas para instalação, como Arial, New Times Roman e outras e que na maioria das vezes o próprio LibreOffice pode colocá-las mas, devido a algum detalhe de escolha do desenvolvedor, pode ocorrer do programa não instalá-las. Então podemos fazer isso manualmente.
No Debian e "agregados",vá nesse endereço e baixe o pacote ttf-mscorefonts. Uma vez baixado o pacote .deb, abra o Terminal e digite:
sudo dpkg -i nome-do-pacote-deb.deb
e aguarde o fim da instalação, cujo conteúdo vai baixar as fontes da Microsoft e instalar no seu sistema.
No Arch e "agregados",tendo o YAY instalado, digite no Terminal:
yay -S ttf-ms-fonts
Pronto, fontes instaladas e prontas para uso. Uma outra forma é pegar as fontes do próprio Windows e instalá-las no sistema Linux. Pegue a pasta de fontes que está no Windows (ou tudo ou só as que interessam), só lembrando que as fontes tem variações como bold, italic, normal, etc e essas variações precisam ser instaladas também.
De posse das fontes, no Terminal digite:
sudo mkdir -p /usr/local/shate/fonts
Depois, estando na pasta onde você pegou as fontes do Windows:
sudo cp -rfv * /usr/local/shate/fonts/
Isso vai copiar as fontes da pasta em que você está no Terminal para a pasta de fontes criada. Ainda no Terminal:
sudo fc-cache -fv
Isso vai criar o índice de fontes instaladas no seu sistema para que fiquem disponíveis para uso. Para saber se foi instalada mesmo, pegue o nome de uma delas, como Arial e digite:
fc-list | grep -i arial
A saída deverá aparecer assim:
/usr/share/fonts/truetype/msttcorefonts/Arial_Italic.ttf: Arial:style=Itálico,Italic,Cursiva,kurzív
a,kursiv,Πλάγια,Kursivoitu,Italique,Dőlt,Corsivo,Cursief,Kursywa,Курсив,İtalik,Poševno,nghiêng,Etza
na
/usr/share/fonts/truetype/msttcorefonts/ariblk.ttf: Arial Black:style=Regular,Normal,obyčejné,Stand
ard,Κανονικά,Normaali,Normál,Normale,Standaard,Normalny,Обычный,Normálne,Navadno,Arrunta
/usr/share/fonts/truetype/msttcorefonts/Arial.ttf: Arial:style=Regular,Normal,obyčejné,Standard,Καν
ονικά,Normaali,Normál,Normale,Standaard,Normalny,Обычный,Normálne,Navadno,thường,Arrunta
/usr/share/fonts/truetype/msttcorefonts/arialbd.ttf: Arial:style=Negrito,Bold,Negreta,tučné,fed,Fet
t,Έντονα,Negrita,Lihavoitu,Gras,Félkövér,Grassetto,Vet,Halvfet,Pogrubiony,Полужирный,Fet,Kalın,Krep
ko,đậm,Lodia
Veja que o comando mostra o caminho de instalação das fontes que, aqui, está em /usr/share/fonts/truetype/msttcorefonts/; aqui não foi instalada manualmente, senão apareceria a pasta /usr/local/share/fonts/ se tivesse algo lá.
Isso irá melhorar e muito a visualização dos documentos entre sistemas MAS não resolve tudo de verdade.
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